Com o avanço acelerado da tecnologia, crianças e adolescentes têm sido expostos cada vez mais cedo aos smartphones e às redes sociais. Essa realidade tem gerado debates não apenas sobre saúde mental, mas também sobre como essa nova rotina digital pode afetar a espiritualidade dos mais jovens.
Ted Gioia, escritor e crítico cultural, destacou recentemente que “o número de jovens que leem por diversão está diminuindo”. Segundo ele, as redes sociais estão promovendo conteúdos viciantes que afastam as pessoas de atividades saudáveis como a leitura de livros e momentos de reflexão. Essa mudança impacta diretamente a forma como os jovens consomem informação e vivenciam sua espiritualidade.
Outro estudo do National Literacy Trust aponta que crianças que leem apenas em telas têm significativamente menos chances de desenvolver o gosto pela leitura. Isso levanta uma preocupação: se o hábito de ler está sendo reduzido, como isso impactará o tempo dedicado à leitura da Bíblia e de outros textos que contribuem para o crescimento espiritual?
A influência na vida devocional
Jeffrey S. Siker, autor de Liquid Scripture: The Bible in a Digital World (Escritura Líquida: A Bíblia em um Mundo Digital), refletiu sobre a transição das Bíblias impressas para versões digitais. ” Essa mudança é benigna? Há novos insights significativos que podem resultar do uso de milhões de Bíblias digitais? Há problemas significativos dos quais simplesmente não temos consciência que surgirão à medida que essa transição para a mídia religiosa digital contínua?”, questiona. Siker alerta que a experiência espiritual pode ser alterada pela superficialidade da leitura em telas e pelo risco de os jovens se limitarem a interpretações fragmentadas e distorcidas.
A superficialidade promovida pelos conteúdos rápidos das redes sociais pode prejudicar a capacidade de meditação e oração silenciosa, elementos fundamentais para uma vida cristã equilibrada e madura.
Prevenindo os impactos negativos
Diante desse cenário, muitos pais cristãos têm buscado alternativas para proteger seus filhos. Movimentos como a “educação clássica”, que incentiva o ensino por meio de grandes obras literárias, têm ganhado força. Essa abordagem não apenas fortalece habilidades cognitivas, mas também incentiva princípios e valores que ajudam a moldar uma fé sólida.
Outro exemplo positivo é a iniciativa de pais que decidiram adiar o uso do smartphone por parte dos filhos. Essa decisão visa proporcionar uma infância mais rica em relações reais, brincadeiras ao ar livre e interações sociais presenciais.
Construindo uma relação saudável com a tecnologia
Para ajudar as crianças a desenvolverem uma relação equilibrada com a tecnologia, é essencial que pais e líderes cristãos incentivem momentos de qualidade em família, com espaços dedicados à oração e à leitura da Bíblia.
“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho, não se desviará dele” (Provérbios 22:6) é um lembrete valioso de que a orientação espiritual desde cedo pode ajudar os jovens a desenvolverem discernimento na forma como utilizam as telas.
Fone: Comunhão com informações de The Christian Today
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