igrejas ampliam uso de inteligência artificial, mas evitam usar na criação de sermões

O uso da inteligência artificial (IA) tem ganhado espaço nas igrejas, sobretudo em áreas administrativas e de comunicação. No entanto, líderes religiosos seguem cautelosos quanto à aplicação da tecnologia na elaboração de mensagens pastorais e sermões. É o que aponta o relatório “State of the Church Tech 2025”, divulgado recentemente pela empresa de tecnologia Pushpay, em parceria com a Engiven e a Checkr.

O estudo ouviu cerca de 8 mil líderes de igrejas, organizações religiosas e instituições sem fins lucrativos. De acordo com os dados, o uso de IA nos ministérios cresceu 80% em relação ao levantamento apresentado no ano passado, mas segue concentrado em tarefas operacionais — como a criação de conteúdo para redes sociais, produção de materiais gráficos e elaboração de e-mails.

“Ainda que a adoção tenha aumentado, os líderes continuam relutantes em confiar na IA para conteúdos pastorais”, destaca o relatório. Segundo o levantamento, menos de um quarto dos usuários da tecnologia utiliza a ferramenta para desenvolver devocionais, sermões ou orientações de cuidado espiritual.

A principal justificativa apresentada pelos especialistas é a própria natureza da vocação pastoral. “Muitos dos que hoje lideram comunidades começaram seu ministério muito antes da ascensão da IA e sentem-se chamados a guiar pelo Espírito Santo. Por isso, ainda há apreensão quanto ao papel da IA na liderança espiritual”, explicam os pesquisadores. Por outro lado, uma vez que a mensagem pastoral esteja formulada, a tecnologia é amplamente utilizada para ampliá-la e distribuí-la com mais eficiência.

O tema ganhou força após a plataforma Gloo — voltada ao ecossistema da fé — anunciar, em março de 2025, a nomeação do ex-CEO da Intel, Pat Gelsinger, como presidente executivo e chefe de tecnologia. Com a chegada de Gelsinger, a empresa pretende impulsionar o uso ético e construtivo da IA no meio religioso. “A capacidade de moldar a IA como uma força para o bem é enorme”, declarou o executivo. “Podemos realmente ser o ponto de encontro entre fé e tecnologia.”

Segundo a Gloo, o ecossistema religioso nos Estados Unidos abrange cerca de 450 mil igrejas, redes e instituições sem fins lucrativos. A empresa reconhece que esse segmento tem adotado tecnologias digitais de forma mais lenta, o que, segundo Gelsinger, trouxe consequências negativas — especialmente na comunicação com o público jovem — e não deve se repetir com a IA.

Além do uso da inteligência artificial, o relatório aponta que 86% dos líderes religiosos entrevistados acreditam que a tecnologia contribui para fortalecer os laços entre os membros da igreja. Para Kenny Wyatt, CEO da Pushpay, os dados revelam uma mudança de mentalidade. “Mais do que números, este relatório mostra como os líderes estão evoluindo em sua visão sobre a tecnologia. Eles a enxergam como uma aliada no fortalecimento das conexões humanas, que são essenciais para a vida da Igreja”, afirmou.

Fonte: Comunhão com informações de The Christian Post

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