Um conflito entre os governantes do Sudão gerou uma grande crise humanitária no país há dois anos. A disputa entre os generais al-Burhan e Hemedti tornou-se uma guerra civil devastadora que afetou toda a população e marcou o início de uma época ainda mais difícil para a igreja.
Ambas as facções atacam e ocupam templos. Igrejas, abrigos e escolas cristãs foram bombardeados, tomados e usados como bases militares. Forças paramilitares também oprimem as mulheres, especialmente as cristãs, que são submetidas a abusos sexuais e casamento forçado.
Toda essa crise se iniciou após a derrubada do ditador do Sudão, o presidente al-Bashir, em 2019. Na época, houve diversos avanços, como a abolição da polícia religiosa e da pena de morte para quem abandonasse o islamismo, mas a paz durou pouco.
O governo militar não chegou a um consenso sobre como seria a passagem do poder aos civis e se dividiu em dois grupos, que iniciaram os conflitos. A esperança de um futuro livre foi duramente afetada.
A destruição de igrejas e famílias
O bombardeio de igrejas começou assim que a guerra foi declarada. “Apesar do clamor por reformas, as Forças Armadas do Sudão demonstraram a mesma disposição para atacar os templos cristãos que o regime de al-Bashir”, diz Fikiru B. (pseudônimo), colaborador da Portas Abertas no Leste Africano.
A destruição das igrejas enfraquece a presença cristã no Sudão e tira a liberdade dos cristãos de praticarem a fé. Desde o começo da guerra, mais de 150 igrejas foram destruídas ou danificadas. Além disso, o território é valioso para o governo, pois as propriedades destruídas podem ser tomadas e vendidas.
Os casamentos forçados são outra forma de controle da população. Um representante do governo aborda as famílias, informando que têm alguns dias para preparar uma filha para se casar com um combatente.
“A ameaça de casamento forçado é devastadora para as famílias cristãs. As jovens são expostas a escravidão sexual e gravidez forçada”, diz Fikiru B. Os casamentos são considerados uma forma de ampliação do controle e da influência dos grupos armados em seus territórios.
Fonte: Portas Abertas
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