Desde que a primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, deixou o cargo em agosto do ano passado, surgiram diversas denúncias dos cristãos locais. Suas casas estão sendo queimadas, seus comércios, vandalizados e eles estão sendo ameaçados e forçados a renunciar à fé em Cristo.
Nos últimos meses, os ataques direcionados a cristãos estão aumentando, especialmente entre os cristãos de origem islâmica e os cristãos descendentes das tribos locais. Apesar das estatísticas ainda serem escassas, nossos parceiros em Bangladesh reportaram 36 casos verificados de ataques a propriedades e mais de 100 famílias pressionadas a negar sua fé.
Entretanto, os números podem ser muito maiores porque muita gente não denuncia por medo, vergonha ou preocupações com a segurança. Outro motivo é que boa parte das vítimas cristãs não receberam amparo legal das autoridades.
Rajon (pseudônimo), um parceiro da Portas Abertas em Bangladesh, diz que “a falta de justiça e responsabilização dos agressores só piora a situação. Falsos ensinamentos e mentiras sobre o cristianismo perpetuadas por alguns muçulmanos contribuíram para uma cultura de ódio e discriminação contra quem não tem a mesma fé”.
Um clamor por justiça
“Membros de minorias religiosas, incluindo os cristãos, são frequentemente acusados de apoiar o partido político da Liga Awami e estão sendo alvos após a queda do partido. Mudanças na política nacional geralmente podem resultar em ataques e confisco de propriedades das minorias. A perseguição também pode ser influenciada por líderes muçulmanos que classificam os cristãos como inimigos e apoiam que se estabeleça um governo 100% islâmico”, diz Rajon.
O resultado das eleições, que devem acontecer entre dezembro de 2025 e junho de 2026, tem o potencial de afetar drasticamente os seguidores de Cristo em Bangladesh. Rajon explica que “se os partidos islâmicos assumirem o poder, a perseguição tende a piorar, mas se políticos a favor da liberdade religiosa forem eleitos, poderemos ver a justiça sendo feita, no momento, tudo é incerto”.
Atualmente, a Constituição de Bangladesh é laica e prevê a liberdade religiosa, proíbe a discriminação e desencoraja o uso da religião na política. Há também o princípio da liberdade de associação, que diz (em tradução livre): “Todo cidadão tem o direito de formar associações ou uniões, sujeitas a restrições razoáveis impostas pela lei de acordo com os interesses da moralidade ou ordem pública”.
Rajon pede orações pela segurança dos cristãos perseguidos em Bangladesh. “Nós queremos o fim da violência contra a igreja e somos contra mudanças na Constituição que impactem negativamente os direitos dos grupos religiosos”, conclui o cristão.
Fonte: Portas Abertas
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