Silas Malafaia é investigado pela Polícia Federal em inquérito sobre obstrução do processo da trama golpista

A Polícia Federal incluiu o pastor Silas Malafaia no inquérito que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o comentarista Paulo Figueiredo, informou a GloboNews.

O caso, aberto em maio e sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), apura supostas ações contra autoridades, contra a Corte e agentes públicos, além de uma possível articulação para obtenção de sanções internacionais contra o Brasil.

Malafaia foi organizador do ato de apoio a Bolsonaro realizado em 3 de agosto, no qual o ex-presidente participou por vídeo transmitido em redes sociais de terceiros. No dia seguinte à manifestação, Moraes decretou a prisão domiciliar de Bolsonaro.

A abertura do inquérito foi motivada por queixas de ministros do STF sobre o que consideraram inércia do Itamaraty diante de pressões do governo norte-americano contra a Corte, intensificadas pela atuação de Eduardo Bolsonaro. Para parte dos magistrados, a situação exigia posicionamento mais firme da diplomacia brasileira.

As condutas investigadas envolvem possíveis crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Procurado pela Folha de S. Paulo, Malafaia afirmou que a apuração “é mais uma prova de que o Estado democrático de Direito está em perigo no Brasil” e disse respeitar a Polícia Federal, “instituição que é um orgulho para nós”. Contudo, afirmou haver “uma PF de Lula e Alexandre de Moraes que promove perseguição política”.

O pastor negou qualquer envolvimento ilícito: “Que obstrução de Justiça eu fiz? Eu nem falo inglês, não tenho contato com autoridades. Que abolição violenta do Estado democrático eu participo? Ou organização criminosa? Isso é uma afronta para tentar me calar, porque há quatro anos eu denuncio em mais de 50 vídeos os crimes de Alexandre de Moraes.” Ele declarou ainda que “não vai parar” e que pretende “aumentar minha voz” contra o que chama de “desmandos” do ministro, a quem acusa de ter “instituído o crime de opinião”.

Em vídeo publicado nas suas redes sociais, Malafaia criticou a Polícia Federal por vazar a investigação para a TV Globo antes mesmo dele ser notificado e voltou a criticar o ministro do STF, Alexandre de Moraes.

O pedido para investigar Eduardo Bolsonaro partiu do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que apontou que o deputado intensificou declarações e ações contra ministros do STF à medida que avança o processo sobre a suposta trama golpista que envolve Bolsonaro, militares e aliados.

Entre os crimes citados, está o de coação no curso do processo (artigo 344 do Código Penal), que prevê punição para quem utiliza violência ou grave ameaça contra autoridade ou envolvidos em processos judiciais, policiais ou administrativos, com o objetivo de favorecer interesse próprio ou de terceiros. Também são mencionados delitos ligados à participação ou financiamento de organização criminosa e à obstrução de investigações.

No ato realizado na avenida Paulista, em agosto, Malafaia criticou pré-candidatos da direita que não compareceram à manifestação pró-Bolsonaro, dizendo que a ausência se deu por “medo” do STF. Ele transmitiu o evento em seu canal no YouTube e, nas redes sociais, chamou o senador Ciro Nogueira (PP-PI) de “traidor” por não assinar um pedido de impeachment contra Moraes.

Folha Gospel com informações de Folha de S. Paulo

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